Poema: Pássaro Sem Asas
Autor: Humberto Ak’abal
Autor: Humberto Ak’abal
Ano: -
“Noites escuras,
fundas, fundas,
profundas.
A escuridão tem o encantamento
de aproximar ruídos longínquos
e aumentar os pequenos.
Choveu,
me encharco.
Minha memória
recua, recua
até encontrar minha alma de menino.
(A escuridão
se presta para isso.)
Sou um pássaro sem asas
e não caio
porque me seguro no ar.”
fundas, fundas,
profundas.
A escuridão tem o encantamento
de aproximar ruídos longínquos
e aumentar os pequenos.
Choveu,
me encharco.
Minha memória
recua, recua
até encontrar minha alma de menino.
(A escuridão
se presta para isso.)
Sou um pássaro sem asas
e não caio
porque me seguro no ar.”
Singelo e intenso, o poema nos conduz, como em um encantamento onírico, a um mergulho em nossos próprios perfumes, em nossas mais profundas lembranças.
Suavemente, somos purificados e aconchegados pela escuridão, conscientes que sem ela, não há luz, não há reflexos, nem reflexões capazes de libertar as amarras que nos são impostas.
Somos transfigurados, e finalmente despertos, sustentamos, mesmo sem asas, nossos vôos rumo à liberdade.
Somos transfigurados, e finalmente despertos, sustentamos, mesmo sem asas, nossos vôos rumo à liberdade.
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