domingo, 26 de setembro de 2010

Arte? Sabe-se lá...

Poema: Sem solução
Autor: Humberto Ak’abal
Ano: -


Como não pude aprender algo
para chegar a ser alguém,
eu me dedico a bancar o escritor
para matar tempo.

Distração de loucos,
ofício de famintos,
disseram-me uma vez.

Outros correm,
invertem o dia
fazendo dinheiro.

Eu faço poesia.

Para que serve poesia?

Sabe-se lá
.”


Sucinto e intenso, o poema expõe nossas misérias e leva-nos a refletir sobre o lugar que a arte ocupa em nossa vida. Mas por que ser "alguém" aos moldes dos alheios à verdade, se "ninguém" que é perfeito em transcender a realidade concreta e vislumbrar o ideal? Sabe-se lá...

Ao contrário do que dizem os céticos, sem solução é a vida sem arte, estática, carente de ressignificação. A arte é útil, não utilitária, e serve, à utilidade da Beleza.

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