sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Contemporânea mente

Erro? Acerto.
Acerto das contas, que afinal de contas julga-se necessário
Desnecessita, conforma a forma, deforma o meio.

Simples? Banalizado.
Conceito esvaziado de significado
Mais vale a mais-valia, dissocia, degrada, comercializa.

Fruição? Consumo.
Tudo é arte... A Glória é arte
A arte de ofertar a quem procura e a quem desespera, ridiculariza.

Transformação? Estagnada.
A arte agonizante, corrompida
A arte dissociada da vida, condenada à morte.

Inspiração? Indústria.
A massificação maçante, contagiosa
A manifestação sufocada, limítrofe, prostituída.

Relação? Distanciamento.
A essência em tétrico detrimento
A superficialidade pútrida, leviana.

Verdade? Impingida.
O fim do princípio, o fim principiado
A ruína, a morte.

Experimentação? Atrofia.
A servidão ávida por poder poder
Experimentando os complexos amplexos da submissão.

Obra? Obrada.
O esvaziamento sem sentido, sem sentimento
A intensidade amortecida, frívola, rasa.

Identificação? Hipocrisia.
Alienação avaliada, pervertida e perversa
A arte é supérflua, é luxo, é lixo.

Solução? Ousadia.
Desordenar a desordem das ordens,
Criar libidinosamente, profusamente, incessantemente.

Opressão? Combalida.
Quando superada a angústia do desencanto
Quando destruída a destruição onírica.

Desengano? Luta.
Do benefício despido, a desmitificação do poder,
Metamorfoseado em poder transformar.

Anonimato? Harmonia.
Meu sucesso é viver pela ação lasciva da invenção
Pela construção da desconstrução uma e outra vez.

Desfecho? Arte.
Divina humana arte, que salva, transpõe, transcende
Que é parte e todo, nem nada, nem tudo, mas, sobretudo, é arte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário